quarta-feira, 30 de julho de 2014

Biografia de Ariano Suassuna, Rubem Alves e João Ubaldo

ARIANO SUASSUNA
Após a partida do mestre Ariano Suassuna, possivelmente na Barca do inferno, de Gil Vicente, o teatro brasileiro se tornou órfão de um artista teatrólogo apto a se constituir no Olimpo da posteridade, por um clássico intitulado Auto da Compadecida, que, ao lado de Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, e Gota d’água, de Paulo Pontes e Chico Buarque de Hollanda, compõe uma espécie de tríptico primordial da dramaturgia pátria. É fato que o próprio Suassuna confessara que construiu a história de João Grilo e Chicó, a partir de três folhetos de cordel que originaram a peça de teatro; entretanto, se o leitor/espectador se propuser observar com prevenção crítica, constatará que o diálogo se perfaz com a tradição da história do gênero literário, desde os comediógrafos da Roma Antiga de Plauto, Sêneca e Terêncio aos subterfúgios da modernidade proposta por Mário de Andrade, sem perder de vista Moliére, Maquiavel com a sua A mandrágora e, em essência, o já citado timoneiro Gil Vicente.

RUBEM ALVES
Rubem Alves nasceu no dia 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, sul de Minas Gerais, naquele tempo chamada de Dores da Boa Esperança. A cidade é conhecida pela serra imortalizada por Lamartine Babo e Francisco Alves na música "Serra da Boa Esperança".
A família mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1945, onde, apesar de matriculado em bom colégio, sofria com a chacota de seus colegas que não perdoavam seu sotaque mineiro. Buscou refúgio na religião, pois vivia solitário, sem amigos. Teve aulas de piano, mas não teve o mesmo desempenho de seu conterrâneo, Nelson Freire. Foi bem sucedido no estudo de teologia e iniciou sua carreira dentro de sua igreja como pastor em cidade do interior de Minas. 

JOAO UBALDO
J
oão Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu na Ilha de Itaparica, Bahia, em 23 de janeiro de 1941, na casa de seu avô materno, à Rua do Canal, número um, filho primogênito de Maria Felipa Osório Pimentel e Manoel Ribeiro. O casal teria mais dois filhos: Sonia Maria e Manoel. Ao completar dois meses de idade, João muda-se com a família para Aracajú, SE, onde passaria a infância.
Em 1947 inicia seus estudos com um professor particular. Seu pai, professor e político, segundo o biografado, não suportava ter um filho analfabeto em casa. Já alfabetizado, em 1948 ingressa no Instituto Ipiranga. A partir daí permaneceria horas trancado na biblioteca de sua casa devorando livros infantis, sobretudo os de Monteiro Lobato. Forçado por seu austero pai, iria se dedicar com afinco aos estudos, procurando ser sempre o primeiro da classe. Sobre essa fase de sua vida leia mais em "Memória de Livros", deliciosa crônica que consta de "Releituras".